AHA, BHA e PHA: quais as diferenças?

Os produtos com AHA, BHA, PHA estão por toda a internet e já muitas pessoas incluem, pelo menos uma destas classes, na sua rotina de cuidados de pele.  

Todos estes termos representam moléculas orgânicas, com um grupo hidroxiácido (as letras HA). Os significados de cada sigla são fáceis: A é Alfa-hidroxiácido, B Beta-hidroxiácido e P Poli-hidroxiácido. Mas qual a diferença a nível químico? E será que todos os tipos de pele os podem usar?

O que são?

São os tão populares exfoliantes químicos (apesar de não serem os únicos com esta ação) e fazem muitas vezes parte dos cuidados de anti-envelhecimento por ajudarem no processo de renovação celular.

Apesar de a ciência ainda não explicar muito o seu modo de ação sabe-se que, de uma maneira muito resumida, os hidroxiácidos ajudam a “descolar” a camada de células mortas no estrato córneo, acelerando por isso o processo de renovação celular. Com a idade, o processo de “descamação” e renovação celular torna-se mais lento, resultando numa pele mais baça e espessa e é aqui que entram os hidroxiácidos.

De uma maneira geral, a aplicação de hidroxiácidos ajuda na:

• Melhoria das hiperpigmentações (causadas pela exposição solar)
• Melhoria da aparência das rugas
• Luminosidade da pele
• Melhoria da textura da pele

O nome hidroxiácido vem do facto de todos eles, na sua fórmula química, terem um grupo hidroxi (ou grupo álcool, representado pelas letras OH) e um grupo ácido carboxílico (C(=O) OH).

Quais as diferenças?

As principais diferenças estão na sua estrutura e solubilidade.

Os nomes alfa, beta e poli estão relacionados com a estrutura química. Enquanto nos AHA, o grupo hidróxido está no carbono alfa do grupo carboxílico, nos BHA, o grupo hidróxido encontra-se no carbono beta, ou seja, têm dois carbonos a separar esses dois grupos (assinalados pelas setas na imagem). Os PHA são uma segunda geração dos AHA, pois o grupo hidroxiácido tem a mesma apresentação mas o resto da molécula é maior.

Por outro lado,  os AHA e PHA são solúvels em água enquanto os BHA são solúveis em óleo. 

Estas diferenças vão se refletir na sua penetração na pele, na intensidade do efeito e, consequentemente, na sensibilização da pele.

AHA: Alfa-hidroxiácido

Os AHA são normalmente associados ao tratamento de hiperpigmentações e à melhoria das rugas, mas também ajudam na hidratação (como o ácido lático), sendo por isso indicados para as peles secas e/ou maduras.

Neste grupo incluem-se por exemplo o ácido lático, glicólico e mandélico. Estes ácidos atuam a diferentes níveis, sendo o ácido glicólico o mais “forte” e o ácido mandélico mais suave e, por isso, adequado às peles sensíveis.

BHA: Beta-hidroxiácido

Os BHA, tendo como principal o ácido salicílico, são lipossolúveis e por isso vão penetrar mais facilmente nos poros, desobstruindo-os. Além disso, também têm uma ação anti-inflamatória, sendo por isso mais indicados para as peles oleosas e/ou acneícas. 

PHA: Poli-hidorxiácido

Os PHA são moléculas geralmente maiores que os anteriores e por isso vão atuar mais lentamente e não penetram tanto na pele. A exfoliação não vai ser por isso ser tão agressiva, tornando estas moléculas perfeitas para peles sensíveis, com rosácea ou eczema. Estão também associadas a uma ação antioxidante, o que poderá ser benéfico para peles maduras. Como exemplos temos a gluconolactona e o ácido lactobiónico.

Qual o melhor para a minha pele?

Tal como explicado anteriormente, irão encontrar mais frequentemente produtos com AHA com indicação para pele seca, enquanto o ácido salicílico está normalmente indicado para a pele oleosa. 

Tudo vai depender do tipo de pele e dos seus problemas. Se a pele for seca com alguns sinais de envelhecimento, os AHA serão uma boa aposta. Mas se houver a preocupação de pontos negros, a alternância com BHA poderá ser uma boa ideia. Caso a pele seja sensível ou intolerante, os PHA serão a melhor opção.

Acima de tudo, há que ter em conta a sensibilidade da pele e nunca esquecer o protetor solar, mesmo quando se usa os hidroxiácidos na rotina da notie.